08 agosto 2016

Sobre ciclos e o meu aniversário



Nasci no dia 8 do mês 8 às 8 horas e 8 minutos há 53 anos ( 5 + 3 = 8). Sempre que acontecem essas datas de aniversário cuja soma dá 8, eu e essa minha cabeça pirada imaginativa achamos que algum portal mágico irá se abrir para essa bruxa definitivamente passar desse para outro estágio. Enfim, o que será, será...

Brincadeiras à parte, de uns tempos pra cá, completar mais um ano de vida tem me feito mais reflexiva sobre algumas questões. Outro dia mesmo estava pensando sobre esses ciclos numa escala mais transpessoal. A natureza tem estações do ano, fluxo das marés, fases da lua e só o ser humano acha que pode ter controle sobre sua vida e atribui a si todo o mérito (ou infortúnio) que essa lhe reserva.

Sempre achei que existem coisas que não temos o menor controle sobre elas - também conhecidas por destino - e que o livre arbítrio é só uma questão de como lidamos com isso. Claro, existem graus de relevância nos fatos que compõem nossa existência nessa aventura terrena. Poderia arbitrar uma escala da menor para a maior importância tipo: 1) para aquelas coisas bem corriqueiras, como a roupa que vamos vestir ou o que fazer para o jantar 2) se vamos começar uma dieta ou trocar de carro 3) mudar de emprego ou cidade. Até aqui temos um poder de escolha aparentemente sem nenhuma mão do destino mas, aí chegamos no grau 4) se vamos ou não ter filhos, que por mais que você ache que está no comando da decisão, sempre têm fatores que podem impedir se você quer tê-los ou surpreender se você não quiser; e o último 5) aquele que não temos nenhum controle, o que diz respeito às perdas inevitáveis. 

É sobre esses últimos estágios que falei que acredito que o nosso poder de decisão (ou livre arbítrio) está em como reagimos quando a vida nos traz algo que não estávamos esperando. Se encaramos com resignação e aceitamos como parte do pacote que faz parte do nosso aprendizado ou se nos rebelamos e entramos num processo auto destrutivo ou depressivo.

Quero contar algo que li em um post nas redes sociais. Resumidamente era como saber "suportar a noite". Simbolicamente fazia uma comparação com o dia que sempre chega após o período da escuridão. Que nesse tempo, a nossa virtude é saber que só podemos contar com nós mesmos com nossa firmeza e paciência. A luz chegará, independentemente de quão longa, escura ou aparentemente interminável foi a noite. Chegará mesmo que por momentos pareça que durará para sempre. Esse é o ciclo natural, a alternância do ruim e do bom, do pesado e do leve, do pesar e do prazer.

Os ciclos que a natureza nos apresenta são para nos dar uma prova de que às vezes o refluxo da maré é importante para que ela ganhe impulso na sua cheia. Que a lua nova em alguns dias estará exuberante e clara novamente. Os sábios dizem: não há mal que sempre dure, nem bem que nunca termine.

Nós, brasileiros, estamos gastos e desencantados da nossa noite longa e fria. Que simbolicamente esses jogos Olímpicos no nosso país sejam uma retomada da nossa alegria, esperança, fé e garra. Que saibamos nos valorizar como uma nação forte, corajosa, que clama por paz e justiça.  

Pois nesse meu aniverário, o presente que estou dando a mim mesma, é começar a notar os primeiros brilhos da aurora...


(a receita do bolo da foto será postada em breve)

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