Querido leitor, hoje o sabor dessa Bruxa que vos escreve está um bocadinho ácido, como os tomates. Por favor não me levem a mal, não quero de modo algum fazer julgamentos ou coisas do tipo, apenas compartilhar algumas das minhas considerações sobre modismos e tal.
Acho bem bacana quando algo se dissemina, ou populariza. Vou dar um exemplo não relacionado à culinária, só para ilustrar. Sou praticante de yoga já fazem 16 anos. Há um tempo atrás, o yoga tornou-se uma prática que se massificava rapidamente. Por um lado - o que eu defendo - é que quanto mais praticantes, maior o bem estar e o ganho em qualidade de vida para todos (falando superficialmente, existem muito mais benefícios e preceitos implícitos nessa filosofia). O porém é que alguns, para se aproveitarem da onda, ou modismo, subvertem a filosofia milenar e passam a chamar de yoga modalidades e práticas que não necessariamente fazem jus ou respeito às tradições. Claro que o mundo muda a toda hora e evidentemente torna-se necessário atualizar ou modernizar algumas coisas, mas caro leitor, qual a necessidade de se praticar yoga pelado? Pois é...
Agora entrando no tema da culinária, assunto desse blog. Gastronomia está na moda. Ótimo, a cultura de se alimentar com consciência, de buscar a melhoria e utilização de novos ingredientes e a volta do prazer de cozinhar é um movimento cultural muito importante. O que na verdade anda me incomodando deveras é essa mania de gourmetizar e dar uma pompa às coisas simples, só para agregar valor.
Para não me estender muito, vou contar algo que vi e que deu-me motivação para vir fazer essas considerações. Brinquei em uma rede social que agora havia brigadeiro "desconstruído". Logo alguns amigos comentaram, em tom de brincadeira, que esse tal não seria o nosso tão conhecido brigadeiro de colher, ou de panela? Por que chamar de "desconstruído"? Para diferenciá-lo, dar uma pompa para aquele doce de comer às colheradas assistindo à sessão da tarde na TV? Eu particularmente acho chique a simplicidade, o requinte de algo "de raiz" supera qualquer tentativa de dar mais valor a algo que por si só já o tem. Essa é minha opinião, respeito quem pensa diferente também.
Aí então, para receber uma sobrinha querida para almoçar, preparei um "Tartar de Tomates", já que picar algo em pedacinhos, temperar e montar no aro está na moda. Foi uma brincadeira com uma saladinha normal, mas com uma apresentação que, vamos combinar, até deu um charminho extra. Gourmetizei, assumo! rs
Brincadeiras à parte, concluindo, tem espaço no mundo para todos e cada um tem a liberdade de fazer as coisas da maneira que achar melhor. Fim da transmissão, passou a acidez do tomate. Bruxa volta ao modo doce.
Tartar de tomates
(quantidades para cada pessoa)
Ingredientes
>para o tartar
1 tomate grande e maduro, mas firme
tomilho fresco
sal a gosto
pimenta do reino moída na hora - opcional
1 colher (chá) de suco de limão
1 colher (sopa) azeite extra virgem
>para decorar
brotos de feijão, ou de alfafa, ou alface picadinha
sal
azeite
mini folhas de beterraba (opcional)
Preparo
Faça um corte em cruz na pele do tomate, do lado contrário à onde tem a folhinha. Coloque em água fervente por 1 minuto aproximadamente. Retire e remova a pele. Passe por água fria para parar o cozimento.
Corte ao meio no sentido do comprimento e retire a polpa e as sementes (guarde para utilizar em outro preparo). Corte em cubinhos.
Coloque os cubinhos do tomate em uma tigela e adicione o sal, o suco de limão, o azeite, as folhinhas de tomilho e a pimenta (se gostar). Misture e deixe marinar por uns 15 minutos em geladeira.
Para a montagem, disponha no prato de servir os brotos temperados com um pouquinho de sal e azeite. Com o auxílio de um aro de metal, monte o tartar sobre os brotos, sem o líquido que drenou dos tomates.
Regue com um fiozinho de azeite e decore com mini folhas.
Bom apetite!
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