27 maio 2013

Focaccia à moda do Caldeirão


Focaccia
Tenho duas paixões assumidas na culinária: bolos e pães. Nem saberia dizer de qual delas gosto mais, referindo-me principalmente à questão de fazê-las, pois ambas ocupam uma importância não só na minha cozinha mas também nas minhas memórias.


Pensando alto hoje vou divagar um pouco por que gosto dos pães. Foi minha primeira experiência na cozinha, aos 15 anos quando optei pela dieta vegetariana e implementei minha alimentação com grãos integrais e outros.
Mas esse é um motivo pessoal, pão é um alimento tão simples, mistura básica de farinha, levedo e água e ao mesmo tempo tão complexo, presente em todas, ou quase todas culturas nesse planeta (não saberia dizer se os esquimós têm o próprio pão deles, por exemplo). Um alimento sagrado - presente em cultos religiosos - simbólico, sinônimo de fartura à mesa. Pão realmente é um alimento instigante.

Fora tudo isso, além da memória das minhas primeiras incursões na cozinha, gosto deles pois é um alimento com personalidade, por assim dizer. Com os mesmos ingredientes e maneira de preparo é, pelo menos para mim, impossível reproduzir o pão tal e qual o fiz de uma vez anterior. Temperamental, ele se influencia por fatores alheios ao nosso controle: temperatura, umidade do ar, ambiente, nosso humor - tem dia que a sova é mais vigorosa, como um descarrego de tensões - forno, qualidade e marca dos ingredientes, enfim, são muitas pequenas ou grandes coisas a fazer com que seu pão um dia fique mais fofinho, outro mais saboroso, mais bonito, com uma casca mais crocante e por aí vai.

Sou ritualística quando faço meu pão. Fecho as portas da cozinha, para deixar um ambiente bem aconchegante. Manuseio a farinha com cuidados, colocando boas intenções naquela massa. Sovo em geral com um  ritmo quase meditativo, pensando na vida. Adoro o cheiro do fermento, o que uns não suportam, ver a massa criar bolhas e aumentar de volume e acompanhar o pão, aquela farinha, levedo e água basicamente se transformar como que por encanto em um alimento divino.

No meu projeto aqui no Caldeirão de reproduzir pães de várias culturas, hoje trouxe Focaccia, espécie de pão chato da culinária italiana que pode ser servido com vários tipos de cobertura. A receita da massa busquei no livro do pop-chef Jamie Oliver, "O chef sem mistérios" e dei meus pitacos na cobertura. Ficou super saboroso, recomendo que façam e provem.


Focaccia
Focaccia
(para um pão de aproximadamente 25 x 35 cm)

Ingredientes
>massa
15 g (1 tablete) de fermento biológico fresco ou 10 g (1 sachê) do seco
1 colher (sopa) de açúcar ou mel
300 ml de água MORNA (confortável ao toque) - aproximadamente
500 g de farinha de trigo - aproximadamente
1 colher (sobremesa) de sal
>cobertura
1 punhado de azeitonas pretas sem o caroço
1 punhado de tomates cereja cortados ao meio
1 ramo de alecrim 
1 colher (sobremesa) de sal grosso quebrado em pedaços menores
3 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho picados (não muito pequenos)

Focaccia

Preparo

Dissolva o fermento com o açúcar ou mel em metade da água morma. Coloque a farinha e o sal em um recipiente grande ou sobre a superfície de uma bancada, fazendo uma espécie de montanha com um buraco no centro. Adicione o levedo, misturando com as mãos. Agora acrescente o restante da água AOS POUCOS até obter uma massa lisa e maleável, que desgrude das mãos e fácil de ser manuseada (por isso deve-se colocar a água e sentindo o ponto. Se necessário, acrescente mais farinha, também aos pouquinhos).

Trabalhe essa massa, sovando-a por no mínimo 10 minutos. Forme uma bola com a massa e coloque-a em um recipiente levemente untado com azeite, cubra com um pano limpo e seco e deixe crescer em lugar quente e sem vento até dobrar de volume.

Enfarinhe uma fôrma retangular grande, despeje a massa e com os dedos vá esticando o pão como se quisesse formar um retângulo com mais ou menos 1,5 c de espessura. Cubra novamente com um pano e deixe mais uns 15 minutos até que cresça até a altura de uns 3 cm. 

Preaqueça o forno na temperatura de 250 graus. 

Misture o alho com o sal e o azeite. Lambuze o ramo de alecrim com azeite para esse não queimar ao ser assado. Corte-o em pequenos pedaços.

Faça aquelas marcas de dedos por toda a superfície da focaccia. Espalhe uniformemente a mistura do alho com o sal e azeite, as azeitonas, os tomatinhos e o alecrim, pressionando-os na massa. Leve para assar até dourar a superfície.


Focaccia


Retire do forno, aguarde amornar um pouco e regue com azeite na hora de servir.

E bom apetite!



7 comentários :

  1. Oi Sandra, também adoro fazer pães.Gosto muito de ver as modificações que cada receita sofre em mãos diferentes justamente por ser temperamental, ou sensível como você disse em seu comentário.Faço muitos tipos de pães, mas nunca fiz focaccia.Sua receita ficou linda, deu água na boca.Parabéns, arrasou.Beijos querida, tenha uma excelente semana.

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  2. Sandra a Focaccia ficou linda menina!Estou uns dias longe de carboidratos, mas fico a babar quando vejo. Assim como voce adoro fazer pães e bolos, digo que minha cozinha quando não tem os mesmos fresquinhos é sinal de armário vazios, gosto tanto do fazer, do perfume que fica em casa , para mim passa um aspecto de lar, se é que voce me entende. Adorei saber do seu ritual, concordo em tudo com voce, essa é a essência de sua cozinha. C A R I N H O

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  3. Oi Sandra,

    este texto me deu a agradável sensação de fazer pão contigo... Genial...

    Também sou fissurada em pães e na magia que está por trás deles... Acontece que eu nunca fico satisfeita com os meus resultados... Aliás, meu último pão foi um desastre: consegui abatumar, acredita? É porque fui inventar e claro que não deu certo... Aposentei o forno depois disso.

    Pois o teu texto me deu uma ideia: nunca pensou em fazer uma "gincana padeira"? Seria mais ou menos assim: num determinado dia marcado, tuas leitoras (e leitores) fariam uma receita juntos, cada um na sua cozinha, mas conectados com o mesmo objetivo... Depois compartilhariam os resultados, ou por foto, ou por comentário mesmo...

    Poderia ter até 2 ou 3 receitas, escolhidas por ti, com níveis de dificuldades diferentes pra que cada um tivesse a chance de ter um resultado satisfatório, pra não desanimar do hobby...

    Fica a sugestão. Se tu gostares e quiser colocar a ideia em prática, sou parceira! E por falar em ideias, já deu pra ver porque meu pães nem sempre dão certo, né?

    Um abraço e felicidades.

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    1. Olá Carla
      Não desista dos pães, com insistência eles se tornaram mais seus amigos. Não é por inventar ou criar que ainda não saíram ao seu gosto, mas uma questão de ajuste e um dia crescerão lindos no seu forno.
      Quanto ao desafio, gostei muito da ideia. Quem sabe podemos aproveitar uma já iniciativa da blogosfera, o "World Bread Day" e por em prática. Vamos nos falar.
      Um garnde beijo e obrigada pelo comentário carinhoso!

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  4. Adoro focaccia e achei esta tão linda e com ingredientes que me agradam.
    Esta perfeita...
    Bjs

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  5. Pão também é uma das minhas paixões! O cheirinho dele assando é irresistível! Ficou linda demais sua foccacia! E o seu pitaco, perfeito, como sempre!
    Adorei!
    Ótimo dia pra vc!
    Bjs

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  6. Queridas, obrigada pelos comentários. É sempre um prazer ter os amigos por perto.
    Beijo a todos

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