Piadina integral

Algumas vezes me questiono porque gosto de cozinhar. Se fosse só para dizer que é um exercício de criatividade, bem, minha profissão, a de arquiteta e designer, já trabalha essa minha premência de expressão criativa. Seria um hobby, então? Gosto de fotografar, desenhar, acho que nessas atividades também me sentiria recompensada. Ah, sim, um exercício meditativo, poderia arriscar dizer? Bem, sou há anos praticante de yoga e meditação, quanto à isso até diria que tudo o que se faz na vida é uma extensão dessas duas.

Qual é o meu "barato" então de cozinhar, já que nem sou uma pessoa que se poderia dizer uma gourmand, alguém que adora comer, uma amante de um bom prato?

Parte da resposta seria uma colagem dos vários motivos os quais já levantei acima. Mas tem uma parte onde acredito que cozinhar expressa um estado de espírito, uma extensão dos nossos sentimentos. Quantas vezes um doce trouxe um equilíbrio aos dias amargos, um tempero caiu bem em fases de vida chata, um banquete deu um glamour aos dias corriqueiros ou apreciamos um prato simples para nos mostrar a efemeridade dos fatos?


Cozinhar é trabalhar o equilíbrio, é compensar o que se sente falta, é alimentar sonhos e processar decepções. Ao dedicar-se de alma à esse ofício, cria-se também uma espécie de amizade, ou até um amor ao personificar o ato de cozinhar, fazendo que esse personagem torne-se algo tão real que sentimos sua falta quando não estamos tão envolvidos.

Resumindo, em alguns momentos fico horas totalmente absorvida no meu Caldeirão que alguns chamam cozinha. E em outras, gosto de soluções práticas e não menos merecedoras de grandes méritos, já que a simplicidade para mim é um grande ideal de vida.

Hoje trouxe a receita de Piadina, esse pão chato de frigideira de origem italiana. Muito fácil, diria até que extremamente fácil para quem quer se iniciar nesse Universo Mágico das pessoas que cozinham, entre outras coisas, para testemunhar essas minhas impressões. Quer tentar?

Piadina integral

(6 unidades)

receita DAQUI

Ingredientes
1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo integral
1 e 1/2 Xícara (chá) de farinha de trigo branca
1 e 1/2 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de fermento químico em pó - para bolos
2 colheres (sopa) de azeite
1 e 1/4 xícara (chá) de leite

Nota: se for usar somente a farinha branca, utilize 1 xícara (chá) de leite

Preparo
Em uma tigela coloque as farinhas, o sal, o fermento e o azeite. Esfregue os ingredientes com as pontas dos dedos até incorporar o azeite. Junte metade do leite e misture com uma colher. Adicione a outra metade e misture com as mãos. Enfarinhe levemente a bancada e despeje a massa. Trabalhe por 1 a 2 minutos, somente até que fique lisa e uniforme. Modele um rolo e corte-o em 6 pedaços iguais. Faça uma bolinha com cada pedaço e cubra com um pano úmido (não molhado). Na hora do preparo, abra cada uma das bolinhas com um rolo de massa até que fiquem com aproximadamente 20 cm de diâmetro ou com a espessura de uma casca de banana.

Leve uma frigideira de fundo grosso ao fogo alto (não é para colocar nenhuma gordura). Certifique-se de que esteja bem quente e coloque o disco de massa. Faça furos na superfície para evitar que formem bolhas. Quando o lado que está no fogo já apresentar pontinhos escuros, vire o lado. Cada lado deve assar por uns 2 minutos. Coloque os discos prontos em um local aquecido.

Recheie conforme seu gosto. Nessa sugestão usei requeijão, tomates cereja cortados ao meio com flor de sal, folhas de manjericão e folhas de agrião temperadas com uma mistura de azeite e vinagre balsâmico.

Bom apetite!