Sou praticante de Yoga e meditação há 15 anos, e gosto sempre de ressaltar a importância dos nossos sentimentos no momento de cozinhar, pois as pessoas estão ingerindo parte da nossa energia e intenções. Pois bem, acabei por encontrar esse artigo no site da Yoga Journal que fala a esse respeito, e gostaria de compartilhar com vocês...
Todo mundo junto
Por: Charity Ferreira
Você sabe o que é um potluck? Celebre a comida trivial e seus amigos com ele
Tradução: Greice Costa
Um arco-íris de vegetais, tofu e grelhados picantes em uma panela enquanto um professor repete um mantra por bem-estar e nutrição. Um aluno leva bolinhos de vegetais fritos, outro, a sopa. Uma professora leva a salada de frutas e uma tarde de domingo vira festa, seja no Moksha Yoga Center, em Chicago, ou no Astanga Namaskara, em São Paulo. Quando os pratos são preparados pelas pessoas que estão em um jantar, uma energia sutil é transferida para o grupo.
Tanto no Brasil quanto nos EUA, a prática de preparar um prato e levá-lo a um jantar coletivo aqueceu comunidades de igrejas, escolas e clubes por mais de um século. Além de caçarolas e saladas, há uma troca de ideias.
POTLUCK
Nos EUA, essas reuniões são chamadas de potlucks. A palavra pode ser encontrada em um livro do século 16 de Thomas Nashe, que disse que você nunca passaria fome com um potluck. Nashe referia-se à ideia de que nunca se sabia o que encontrar na panela (pot) de um jantar informal entre amigos e, por isso, era preciso ter sorte (luck). No século 19, o jantar no estilo potluck evoluiu, e cada convidado trazia um prato para compartilhar com o grupo. De acordo com a historiadora de comida Margaret Visser no livro The Rituals of Dinner (não lançado no Brasil), "A sorte agora fica por conta da incerteza do que cada um trará ao jantar. O anfitrião pode sugerir o que será necessário, mas não pode controlar a qualidade da oferenda".
Os yogis anfitriões dos potlucks de hoje podem pedir que os convidados contribuam com comida vegetariana; outros são mais abertos em relação ao bufê. "Dá mais certo pedir às pessoas que tragam o que gostam de comer, ou que tragam as suas especialidades", diz Pslam Isadora, professora de Yoga em santa Monica, Califórnia, que organiza potlucks mensais depois de uma aula de asanas de 90 minutos gratuita.
Também pode ser gostoso sugerir que os convidados tragam alimentos sáttvicos, preparados com ingredientes frescos e orgânicos. No Ayurveda, comida sáttvica inclui grãos integrais, mel e laticínios — todos são reconhecidos por trazer uma influência enriquecedora, equilibrada e positiva para a alma. Os pratos com essa qualidade preparam nosso corpo para meditação, prática de asanas e pranayamas.
SENTIMENTO DE GRUPO
O estado de espírito de quem prepara um prato é tão importante quanto os ingredientes da receita. Para yogis, esses encontros são uma oportunidade não só para nutrição, mas também para ativar a consciência sobre a comida com a intenção e a energia sentida em cada mordida. Alguns cozinheiros, inclusive, entoam mantras enquanto cozinham ou repetem um mantra silencioso sobre sentimentos como amor, gratidão ou serenidade.
No filme Como Água para Chocolate, a atriz principal derruba uma lágrima na comida que prepara para um casamento, e depois todos os convidados ficam emotivos. É algo parecido com isso, mas mais sutil.
O que acontece nos potlucks tem muito a ver com os interesses da comunidade yogi, que incluem fazer do mundo um lugar mais saudável.
Charity Ferreira é editora sênior associada da Yoga Journal americana.
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